Minha paixão por esporte começou muito cedo, tive a felicidade de iniciar a prática de esporte desde pequena em minha infância, oportunidade que agradeço imensamente a meus pais. Pratiquei esporte em nível competitivo na infância e adolescência.
A minha paixão pela medicina também começou cedo, me lembro que desde menina folheava curiosa os livros de anatomia de meu avô. A anatomia sempre me fascinou e aos 12 anos, quando meu avô se foi, tive a certeza de que queria ser médica , por isso guardei alguns de seus livros de medicina, seu carimbo e receituário, relíquias que pra mim eram como tesouro. Essa decisão foi mesmo definitiva, pois durante o resto da minha infância e adolescência sabia que esse seria o caminho que eu percorreria. Nem mesmo o temido vestibular me fez desistir quando ao fim do 3º colegial não consegui passar na faculdade. O cursinho inicialmente era como um abismo em direção ao meu sonho de ser médica, mas se tornou uma ponte para meu sucesso. Nesse ano que parecia perdido, estudei mais do que nunca, foquei no meu objetivo e aprendi muito em meus estudos, o que me levou no final do ano a passar com muito orgulho na minha primeira opção: a Escola Paulista de Medicina- EPM. A Escola, como chamamos carinhosamente a EPM, foi a faculdade que minha mãe se formou em biomedicina , da qual ouvi muitas histórias contadas com orgulho quando pequena.
O esporte participou de todas as etapas da minha vida e durante a faculdade me mantive conectada a ele mais do que nunca. Nessa época, me destaquei no atletismo onde fui recordista em salto em altura em 2 competições diferentes além de ouro medalhista em salto em distância, revezamento 4×100 e handebol. Essa conexão com o esporte me fez perceber no sexto ano da faculdade que o que me faria feliz em minha profissão seria fazer uma especialidade médica que unisse meu prazer ao esporte à uma especialidade cirúrgica, minha segunda paixão.
Logo após minha formação como médica do esporte e ortopedista , trabalhei com a seleção brasileira de basquete feminina adulta e juvenil, a confederação brasileira de boxe e a confederação paulista de futebol feminino . Além disso, atuei como médica no Esporte Clube Pinheiros por 3 anos e Centro Olímpico de Esporte e Pesquisa por 4 anos, onde realizava atendimento a atletas mirins e juvenis.
Quando estive na França, acompanhei no “Centre Orthopedique Santy”, clínica credenciada pela FIFA, dois cirurgiões mundialmente renomados: Dr Lyonel Neyton e Dr Gilles Walch, onde pude acompanhar atendimento pré e pós -operatório, além de inúmeros procedimentos cirúrgicos em centro referenciado para atletas .
Estando ligada ao Centro de Trauma do Esporte da Unifesp, continuo meus estudos como preceptora no ambulatório de pediatria do esporte e participando de reuniões científicas pois na medicina precisamos estar em constante atualização. Hoje vejo que meu conhecimento como atleta me permite ter uma visão global do esporte e do gesto esportivo, além de noção de treinamento e periodização o que me conecta ao paciente e permite que a consulta seja uma experiência diferenciada. Quando atendo um paciente, minha meta é como no esporte, fazer o meu melhor sempre , para que meu conhecimento transforme positivamente a vida do paciente e no caso do atleta se traduza em melhora da performance.
Em minha vida, tive o prazer de praticar diversos esportes, dentre eles o atletismo, handebol, ballet, ginástica artística,natação,futebol,vôlei, basquete, tênis, capoeira e beach tênis. Em meus estudos percebi que o fato de praticar atividade física desde a primeira infância e ser atleta multiesportiva me permitiu ter habilidade para prática de esportes em geral, ter foco em meus objetivos e a ser menos suscetível a lesões, mensagem que pretendo passar a meus pacientes.
