Síndrome do Impacto

O que é síndrome do impacto?

Síndrome do impacto subacromial é o nome dado à inflamação provocada pela colisão da clavícula e acrômio no ombro. Isso ocorre por movimentos repetitivos associados a alterações intrínsecas dessa articulação como o formato do acrômio, “os acromiale”, fraturas prévias da clavícula ou acrômio ou extrínsecas como discinesia escapular (alteração do movimento da escápula), desequilíbrios musculares, contratura capsular do ombro e instabilidade nessa articulação, alterações posturais, o que propiciam essa colisão.

 

 

Pode aparecer à partir dos 20 anos, mas ocorre mais frequentemente acima dos 40 anos.

Trabalhadores ou atletas que realizam movimento do braço acima da cabeça de forma repetida e diariamente são mais suscetíveis à síndrome do impacto. Atletas nadadores, tenistas, ginastas, jogadores de volley e arremessadores têm maior susceptibilidade à síndrome do impacto subacromial. Com a evolução da doença pode haver degeneração articular apresentando ao exame de imagem algumas alterações:

– edema subcondral (inflamação no osso),

– lesão condral (lesão da cartilagem que revestes os osso da articulação),

-aparecimemto de calcificação articular (osteófitos marginais),

-cistos subcondrais( cistos dentro do osso)

– artrose (perda do espaço articular e diminuição ou ausência da cartilagem dependendo do grau de artrose).

 

Quais os sintomas da Síndrome do Impacto?

Como resultado dessa inflamação inicialmente o paciente apresenta dor ao movimento de adução e elevação do ombro e em algumas atividades da vida diária como dirigir, fazer musculação, flexão de braço, se vestir, pegar um objeto acima da cabeça e principalmente ao deitar-se sobre o ombro acometido, principal queixa nessa doença. O paciente pode ainda referir dor no pescoço e se for atleta, dor ao arremesso ou movimento acima do ombro e perda de potência no esporte.

 

Como é feito o diagnóstico da Síndrome do Impacto?

O diagnóstico da Síndrome do Impacto é clínico, pois é no exame físico realizado pelo especialista que se confirma a dor nessa articulação através de testes específicos. Exames de imagem confirmam o diagnóstico, como a radiografia que mostra alterações intrínsecas da articulação com a evolução da doença, sinais mais avançados de artrose. A ressonância magnética evidencia as alterações mais precoces na articulação como edema ( inflamação), lesões intrínsecas (os acromiale, alterações de formato do acrômio),lesões associadas (tendinites, bursites, lesões do manguito rotador, lesões labrais) e artrose em sua fase inicial (degeneração precoce não visualizadas à radiografia).

 

Qual é o tratamento da Síndrome do impacto?

 

 

O tratamento da Síndrome do impacto do ombro é essencialmente conservador, com uso de medicação analgésica, anti-inflamatória e fisioterapia. Em casos em que a dor é acentuada, com ou sem limitação de movimento, é realizada a infiltração de anestésico e corticóide no espaço subacromial pela parte posterior do ombro, obtendo bons resultados de forma imediata após a aplicação. Uso de compressa de gelo e acupuntura também são indicados para dor. Na fisioterapia além da analgesia e ganho de movimento, são tratadas espasmos, desequilíbrios e fraquezas musculares, além da discinesia escapular. Em atletas é muito importante a identificação de desequilíbrios neuromusculares e a correção do gesto esportivo assim como o reequilíbrio da musculatura não só da cintura escapular, mas também do CORE e membros inferiores.

Quando é indicado o tratamento cirúrgico na Síndrome do Impacto do ombro?

O tratamento cirúrgico está indicado nos casos refratários ao tratamento conservador após pelo menos 4 a 6 meses de fisioterapia. Pode ser realizado de forma artroscópica (por vídeo) ou aberta. Na cirurgia artroscópica, são realizadas pequenas incisões na pele onde são introduzidas a câmera para visualização do espaço subacromial e pinças, assim como aparelho para desbridamento da região, que varia com a gravidade da doença. Quando há inflamação com pouca degeneração articular, faz se desbridamento da inflamação e cirurgia das lesões associadas quando necessário. Nos casos em que há artrose articular, é realizado um desbridamento da superfície articular, ressecção do menisco, osteófitos marginais e ressecção de 0,5cm da parte lateral da clavícula, o que propicia melhora da dor sem instabilizar a articulação, promovendo a cicatrização local.

 

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